Ei, tu!


Ei, tu!
Aí fora, no frio
Sozinho, envelhecendo...
Podes me sentir?

Ei, tu!
De pé, no corredor
Pés sarnentos, sorriso fraco...
Podes me sentir?

Ei, tu!
Não os ajude a enterrar a luz!
Não te entregue...
Sem ao menos lutar!

Ei, tu!
Aí fora, tão na tua
Sentado, nu, ao telefone...
Tu me tocarias?

Ei, tu!
Com o ouvido contra o muro
Esperando alguém te chamar,
Tu me tocarias?

Ei, tu!
Tu me ajudarias a carregar a pedra?
Abra seu coração!
Estou indo pra casa!

Mas era apenas uma fantasia!
O muro era alto demais
Como podes ver...
Não importa o quanto ele tentasse
Ele não se libertaria!
E os vermes comeram seu cérebro...

Ei, tu!
Aí fora, na estrada,
Fazendo sempre o que te mandam!
Tu me poderias ajudar?

Ei, tu!
Aí fora, além do muro
Quebrando garrafas no corredor,
Tu me poderias ajudar?

Ei, tu!
Não me diga que não há mais esperança!
Juntos nos erguemos!
Divididos, caímos...
Caímos!
Caímos!
Caímos...

(Hey, you! - Pink Floyd)

Tempo


Vão passando
Os momentos que compõem
Um dia sem graça
Você fragmenta e desperdiça
As horas deliberadamente
Vendo o tempo passar
Num pedaço de terra
Em sua cidade natal
Esperando alguém ou algo
Que lhe mostre o caminho

Cansado de ficar deitado
Exposto à luz do sol
E de ficar em casa
Observando a chuva
Você é jovem
E a vida é longa
Há tempo para matar hoje
Até que um dia
Você percebe
Que dez anos se passaram
Mas ninguém lhe avisou
Quando correr
E você perdeu a largada

E você corre e corre!
Para alcançar o Sol!
Mas ele está afundando...
Ele também tem pressa
Para nascer atrás
De você de novo

O Sol é o mesmo,
De uma forma relativa,
Mas você está mais velho!
Tem menos fôlego
E está mais perto da morte!

Cada ano que passa
É mais curto
E você nunca encontra tempo!
Planos que sempre dão errado
Ou meia página
De linhas rabiscadas...
Viver em secreto desespero
É o jeito inglês...
Agora o tempo se foi,
A música acabou
Mas ainda há uma coisa
A ser dita...

Casa!
Novamente em casa!
Eu gosto de estar aqui
Quando posso
E quando volto para casa
Com frio e cansado
Gosto de aquecer meus ossos
Perto da lareira...

Lá longe, do outro lado
Do descampado
A badalada do sino de ferro
Faz os fiéis se ajoelharem
Para ouvir os feitiços ditos
Em palavras suaves...

(Time - Pink Floyd)