Coração que se tranca co'a porta entreaberta
E não mais ouve o dedilhar que ainda ecoa
No estalar cego da chave que agora entoa
Essa solidão que ao meu peito então aperta.
No estalar cego da chave que agora entoa
Essa solidão que ao meu peito então aperta.
Meus pés já não encontram o caminhar dos seus
No deserto corredor onde me erma o passo
E meu braço encontrava seu fraterno abraço
Já caminham solitários vagando ao breu.
A luz vazia e errante já não alumia
Quanto à amada tua que cá outrora estivera
E reinara sobre nós, tão forte, tão sincera,
Refletem no espelho as cores da noite fria.
Meu silêncio adentra o quarto desabitado
De lençóis e risos, mas jamais da lembrança
Saudosa na memória, o amor é minha herança,
Eternizado em nós neste elo tão sagrado.