Salmos 30:5

 No silêncio surdo, sacro e sideral

Entregue a frios lençóis e travesseiros

No covarde aconchego dos cabelos

Ecoa minha voz imaterial.


As paredes emudecem o soluço

De minh'alma entrelaçada em lamento

A vãs lembranças, memórias de um tempo

Insuprível sobre as quais me debruço.


Entretanto, ao findar da madrugada

Que o mar salgado sob meus olhos rega

E o meu peito em desespero se entrega


Tua luz me encontra à aurora de joelhos

Leva-me a brandas águas meus artelhos

Sobre as quais eu caminho na alvorada.