Divã

Diva!
Vida...
Dádiva vívida!
Ávida!
Vivida...
Dividida?

Vadia!

Sal

Correm contra meu sorriso os vis ponteiros
Caem sobre o chão cartas, cabeças e travesseiros
Malas se trancam, guardam lembranças, guardam você
Malas que passam, malas que descem, malas que calam.

É o adeus que nasce,
É a madrugada que cresce,
E a ansiedade reproduz-se,
E meu coração envelhece,
E a solidão,
E o silêncio,
E os suspiros,
E a saudade
Esses nunca morrem.

O sorriso sim.

Rua vazia que chora, já dizia a canção
Dos carros que transitam pelo trânsito sem transição.
Madrugada monótona.

Já se ouvem os pássaros,
Já se ouvem os passos,
Passa, passa, passaporte!
Sussurros sonoros.
Sílabas surdas.

Soluçaram-se as lágrimas do adeus indigesto
Suas mãos já destilam do sofrimento o excesso
Cai! Cai! Cai da órbita de seus olhos
Saudade insípida, saudade amarga
Saudade incolor, saudade cinza
Sal. De saudade.