Desperto do abismo
De meus sonhos sem sentido
E deitado sobre a grama
Na margem de um rio
Admiro as estrelas
Com meus dedos
Toco-te os pés
E escorregando pelas tuas coxas
Encontro tuas mãos
Aproximo nossos corpos
E te carrego nos braços
Deito-te num bote
E me ponho a remar
Pelas águas deste rio
Límpidas e serenas
E com uma gota entre os lábios
Tu nos iluminas
Abençoados pela lua
Nos aquecemos com um beijo
E alucinado com teus suspiros
Eu me afogo em teus cabelos
Suspirando em teu pescoço
De olhos entreabertos
Eu me entrego às águas
E entre um sorriso e um abraço
Tu vens de encontro com meus braços
Extasiados com o veneno do amor
Afundamos sem medo
Agora somos apenas um
Na mais infinita eternidade.
Sono profundo
A. de Lima | 10:11 | | 9 comentários
Devaneios de uma saudade
A. de Lima | 17:49 | | 4 comentários
Em alguma tarde de dezembro
Em algum lugar no fim do mundo...
Estou aqui de braços cruzados
Esperando o trem das sete
Estou sem voz
Estou sem fé
E em minha mente
Tu me envenenas
Com teu sorriso
Com tuas mãos
E com tuas frases de amor
Numa tarde de dezembro
Ponho-me a caminhar descalço
Nessa terra de ninguém
Sinto o vento cortar-me a face
Sangrando-me uma lágrima
Em alguma tarde de dezembro
Enquanto as areias desérticas
Maltratam-me os pés
Palavras soltas e ao avesso
Fogem dos meus lábios
Louco e desapontado
Eu berro teu nome,
Recito-lhe um poema
Estendo-lhe a mão
Caminho sem destino
Canto-lhe uma canção
Numa pequena
Fração de tempo
Observando as nuvens
Lembro-me do teu nariz
Teus braços e mãos
Teus joelhos e quadris
Teus lindos pés!
E admirando o pôr do sol
Corro sem destino
A mil pés por segundo
Sedento de teu cheiro
De tuas unhas e dentes...
De tua carne!