Soa o sino sobre a sua face inacessível
Desce-me a sombra que se segue sob o som que silva
O silêncio que nasce dos soluços que sossegam
No sossego que assopra em seu seio a esperança
Estremece entre as negras nebulosas o brado bravo dos trovões
Que esbravejam como as trevas que me esfriam a nevralgia
Co’a tristeza que dispara no meu peito entrevado
O tremor fúnebre, tísico, de minhas mãos frigidas e frenéticas.
Dos verdes olhos meus escorre-me a lágrima raquítica
Dos rubros lábios, ígneos, seus, transbordam-me a eufonia
Em memória de sua voz, suave, soante, de tão simples, mítica
Desfolho a frágil rosa murcha que a meu suspiro silencia.
Empatia
A. de Lima | 20:06 | | 4 comentários
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4 comentários:
Vc se supera a cada postagem...
[silêncio, silêncio, silêncio]
Nossa... Impressionante! Mas seu blog deixa meus olhos zoados. É 0preto e branco e vou pro branco e preto. auhaauhshuashs
Gostei pra caramba dos "s". Dá um tom bem sossegado na primeira estrofe. É uma arma e tanto.
Depois a repetição de explosão bucal "tr, vr, br..." Barulho, interrupção de silêncio, e o lirismo que faz contrasta com esse barulho, dá um tom de destaque ao drama do eu-lírico, a saudade.
Alguma referência? Rosa... olhos verdes... Luto? O luto de gustavo! Puxa, ficou bem direcionado!
Seus textos me tecem uma rede de emoções e ao final formam uma figura exatamente igual ao que quer expressar.
Ótimo.
[Gui]
Seus poemas estão ficando cada vez mais gostosos de se ler. Vc pretende publicá-los um dia? Um livro, e tal? Se for, vá nos ganhando por agora!
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