Mateus 27:5

Eis que no verão há uma rosa que se fecha
Eis que no grito há um som que não se propaga
Eis que nas trevas há uma vela que se apaga
Eis que na guerra há uma lança que não se flecha.

Pálida a rosa tímida que ao sol fraqueja
Pétalas de tão finas, frágeis, estremecem
Sépalas, de tão puras, débeis, enlouquecem
No meigo toque da moça que à rosa beija

Sou a vela consumida ao amanhecer,
A esperança que se compra sem mais valer,
O fogo que em trevas se ofusca ao pó da terra,

Sou a lança que na bonança se abandona,
A muralha que em tempestade desmorona,
Sou o soldado que se oculta ao caos da guerra.

3 comentários:

Gustavo Monteiro disse...

E tendo ele (Judas) atirado para dentro do santuário as moedas de prata, retirou-se, e foi enforcar-se.

I made you in the image of myself
I gave you everything you wanted
So you would never know anything else
Into cold sunlight, laughing at the things that I had planned
The map of my world gets smaller as I sit here
Pulling at the loose threads

Soneto muito muito bom, como td que vc faz!

I never saw the light
I never saw the light
I waited up all night
But I never saw the light

*-----------------*
abraçoo

Anônimo disse...

Muito profundo! A escolha de palavras está ficando cada vez melhor.

Anônimo disse...

As palavras as vezes sao limitadas
para descrever algo e vc consegue minimizar essa limitação faz a gente (eu pelo menos) pensar para visualizar a sensação que vc quer passar. :D

Henrique