Conjuração

Vem, brisa parda da aurora! Vem!
Para que eu não ouça mais da inocência a cólera.

Eu quero ouvir explosões estelares além da heliosfera
Carregar sobre os ventos solares o meu canto e náusea
Jazer-me as aflições destiladas na heliopausa
E esquecer a cor caótica da atmosfera!

Eu quero me esculpir envolto ao núcleo dos cometas
Desvanecer meu ego pelas órbitas curvilíneas
Sepultar nos astros, do coma às caudas finas
A impetuosidade astronômica dos planetas!

Eu quero conjurar meu verbo de Andrômeda a Hydra
Pelo vácuo micrométrico das poeiras interestelares
Pungir-me em brasa viva nas profundezas tépidas dos mares
Esmorecer as agitações atômicas da clepsidra!

Em reação cromodinâmica rasgo-lhe do infinito véu e manto
Do macrocosmo, pai das constelações, galáxias e sistemas,
Reduzo-me à natureza mínima dos morfemas
E fragmento-me nas areias desertas do Atlântico!

4 comentários:

Gustavo Monteiro disse...

Caramba, os seus poemas costumam ser profundos mas esse me deixou assim > *--*

Eu gosto muito da forma como vc utiliza as palavras, como o ourives daquele poema que eu esqueci o poeta! Mas vc consegue trabalhar muito bem a linguagem unindo-a a muitos significados! A diversas sensações...

O início do poema é bem confortante... As vezes é bom se perder no infinito pra ver se viramos galáxias!

Abraço!

Gustavo Monteiro disse...

(eu ia posatr uma poesia que eu escrevi esses dias, mas eu fiquei com vergonha agr!)

SteamWing disse...

Você está em um patamar profissional em minha opinião. Passe a tomar cuidado com plagios de agora em diante.

Anônimo disse...

Rpz... Eu vou falar minha opinião mais sincera. Eh um tanto qnt megalomaníaco... Mas eu gostei mt,
de verdade mesmo. Eu sempre gostei daquelas poesias de augusto dos anjos, e tipo, num sei se eu tow certo, mas seus poemas fazem me lembrar dele. Sem tanto culto à morte ou aspectos nojentos e nefastos.

Isaac