Metalinguagem

E a poesia?
Perdida. Talvez presa em alguma artéria
Em algum refúgio de minha deteriorada memória
Ou num deleite de meu dia inacabado
Engasgado no calor de minha voz tão séria.

Perdeu-se o verso
Na luz que se ofusca adormecida em minha retina?
Ou na ansiedade que corrói dos meus dedos a queratina?
No ranger de meus vocábulos decadentes
Quiçá nos fios de água correntes
Em meus esbranquiçados cabelos vestidos de tédio.

Calou-se o berro,
Uma vez que no vácuo de minhas desinências eu o enterro
Definhá-lo-ei, fundi-lo-ei em tungstênio e ferro!
Minhas lamúrias substanciaram-se em estrôncio e césio
Cristalizadas em raios catódicos durante uma propulsão iônica
Filtro o tempo, dilato-o, sintetizo-o, isomerizo-o... Nego-o!

4 comentários:

Gustavo Monteiro disse...

Gustavo diz: ja da pra faze um poema... hauahuaha
Gustavo diz: vc manda bem!

Meu irmão e escritor preferido!
E ta vivo \o/

Anônimo disse...

Quando o leio, não vejo diferença alguma dos grandes que já li. És grande já, meu amigo! E ler-te, a cada tempo passado, torna-se um trabalho mais e mais intelectual e isso me orgulha!

Anônimo disse...

O universo é infinito e teríamos todo o infinito pra nos perdermos, mas nos achamos! E isso é divino, é uma graça! Ter amigos como os que tenho é ser agraciado e vc faz parte disso tudo!

Anônimo disse...

As palavras às vezes são limitadas para descrever algo e vc consegue minimizar essa limitação faz a gente (eu) pensar para visualizar a sensação que vc quer passar.