Diego

O sal que sai do sol solda minha pele
Camuflada por passos, vozes e dióxido de carbono
Sorrio. Dentes brancos, pretos, amarelos
Quanto dente torto, meu Deus! Me exclamam os carros.
Mas meu sorriso frouxo nem responde nada.

Moedas caem de medo, moedas vêm em segredo
Titilam, brilham, gritam!
E o vermelho se faz verde,
E no verde da grama deito
E lembro que todos os dias eu sou esquecido.

Minha identidade está em minhas mãos,
Banhadas de teu doce açúcar,
De meu açúcar amargo,
De tua carne vermelha
Salgada pelo suor
De minha carne crua e encardida
Vendida a centavos
Que meus dedos já não podem mais contar.

O vidro que te esconde fez-se espelho
Mostrou a minha cara, a cor de minha fome
Do cinza das nuvens fiz meu teto,
Do pano sujo que carrego fiz meu nome.

7 comentários:

Anônimo disse...

Nossa velho, que bonito!­ Gostei pra caramba­ ­.

=D

Isaac

Anônimo disse...

E esse título do poema vá?!
E essa primeira linha se fazendo na aliteração: "o sal que sai do sol solda"...
E essa indireta que é totalmente mentira: "e lembro que todos os dias eu sou esquecido".
E essa beleza em formato de estrofes?! (agora me referindo ao poema como um todo ;D)

Tirei lombinha inferindo que o poema é pra mim por conta do título e da referência ao "sal"... mas sendo ou não sendo, vc continua humilhando geral na escrita!

E pelo restante do poema não fechou ser indireta pra mim msm não... mas precisei de toda forma dizer que é totalmente mentira ali!

Duvido que o menino esqueça de ti!

P.S.: Por isso que falei no final, sendo ou não sendo, vc continua humilhando geral na escrita! tá mto bom!

Diogo

Anônimo disse...

Caraca Rafael, ficou muito massa esse poema! Esse menino contou a história dele pra vooê foi? Depois me responde pelo MSN. Parabéns! Abraço.

Caio

Anônimo disse...

Nossa! Gostei. Seu poema ta mais maduro. Acho que tem a ver com experiência de vida hehe

Tati

Anônimo disse...

Rafa!
Amei
Vou ler tudo aqui kkkkk
Sabia q vc escrevia bem, mas nao tinha noção do quanto...
Ficou muito bom mesmo, e o outro tbm

Dani Campos

Anônimo disse...

O tempo que você passou sem escrever valeu muito a pena.
Ficou lindo.
É o seu melhor texto até agora!
Abraço, irmão

Anônimo disse...

Simplesmente perfeito.
Quanta suavidade para escrever e ser profundo. *-*
amei ;D

Ayres