Translúcido

Foi numa tarde alva, de alvas nuvens frias
Ouvindo uma língua que mal conhecera
Magro, alvo e canhoto eu percebera
Que o traria na brancura dos meus dias.

Em ti me fez retrato, em fé e razão
Tua singeleza nívea de uma criança
Era o espelho do que eu fora na infância
Fiz de ti minha imagem e meu próprio irmão.

Fraternidade cândida eu achara
Assim se alvoreceu o sentimento
Asseado diamante, uma joia rara

Porventura levo-a a qualquer momento
Desde a brisa desta manhã tão clara
Ao dia em que me desfarei ao vento.

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