Foi na flor dos meus vinte e sete anos
No coração de uma sala de infantes
Que enxerguei num fragmento de instantes
Bendito és, fruto do materno ventre
De meu sangue não lhe cedeu genética
Ainda assim nos comungou em estética
Como fosse minha a paternal semente.
O pequeno olhar daquela criança
E o cabelo recaído em sua fronte
Enlaçou-me alma e espírito e fez ponte
Com as matrizes da minha velha infância.
Tal aliança de inconfundível brilho
Na fé tem sua força; no amor, conselho
Pulsa em paralelo, tal qual espelho
Na história o tempo tornou-nos pai e filho.
Na aurora dos dias, em mãos e braços
Não o carreguei, tampouco vi andares
Mesmo crescido, enquanto caminhares
Até que eu expire terás meu abraço.
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