Ofélia


O dia está lindo!
Pássaros cantam. E as borboletas?
Indo e vindo junto àqueles numa bela sincronia
Enfeitando minha janela que brilha à luz do dia.

E eu aqui em minha cama.

As ruas estão quietas, calmas.
Mas nada acalma minha alma
Que inquieta me faz suar e tremer
Tua face, Ofélia, impede-me de meu livro ler.

E continuo aqui em minha cama.

Meu cão vem a mim, acariciar,
Rouba-me do rosto um sorriso demorado
Semelhante àqueles que sorri junto a ti, Ofélia,
Enquanto recitava na fria areia da praia durante o luar,
Os mais belos versos de amor
Que só um poeta apaixonado poderia declamar.

Lembrei de ti sozinho em minha cama.

Tantas canções para cantar, paisagens para admirar
E poesias para chorar... Mas estou aqui
Atordoado com o mau cheiro, vegetando ao teu lado,
Porque sou teu namorado e preciso cuidar de ti.

Te amo sentado em minha cama.

A culpa é tua, Ofélia, preciso confessar.
Por que morreste logo hoje e não outrora?
Por que não amanhã, mas agora?
Por que, maldita?

Tua morte inevitavelmente me causou tremendo desgosto,
Tua imagem me perseguirá eternamente.
Tua imagem! Ah, tua imagem! Ficará vidrada em minha mente...
Só me resta agora espantar os mosquitos
Que pousam em teu fétido rosto.

5 comentários:

Anônimo disse...

gostei do seu bloguer man vlww abração

Anônimo disse...

Ola

Pessoas morrem... Mas eu sou imortal, sou o bem eo mal, o principio eo fim, eu vi cristo nascer e morrer, presenciei joana dark na fogueira, viva a revoluçao francesa, tb estive la presenciando hiroxima arder em chamas, vi jonh lennon morrer vi o primeiro caça no iraque, vi wold trade centra ruir vi buch a presidencia assumir... vi o mundo ser criado e verei o seu futuro... pq imortais nao amam... a dor da perda é maior...

SkyWalker

Anônimo disse...

koehhh rafael...
veiu... muito massa tua poesia...
nem tudo é para sempre
perdemos a pessoa de quem mais gostamos a qualquer hora...
não podemos adiar o que já está marcado...
flw vei... escreva mais :p

Dimi disse...

Hey
confesso q amei essa poesia!!!
poxa ainda to d boca aberta!
uma perda eh sempre dificil,
e esse teu personagem foi um dos poucos
que n conseguil lidar com ela.

Anônimo disse...

Ao acordar no dia 21 de janeiro de 2006 (lembro-me bem, n q eu tenha uma memória do caráleo, mas pq um dia após eu tê-la escrito eu criei o blog e a postei junto com outras 4 poesias), um sábado qualquer, pensei: "Vou fazer uma poesia"
Estava em meu pensamento (n sei pq), a imagem Ofélia, de Millais (a ilustração do poema).
Daí saiu o poema, cujo eu-lírico trata com bastante frieza a morte da amada.